"quanto mais alimentos conseguir comer na forma em que surgem na natureza, melhor." Dr. Mehmet C. Oz
Sinto Muito
NUNO LOBO ANTUNES
Sinto Muito
NUNO LOBO ANTUNES
Hoje cuido de crianças iguais a mim. Fechou-se o círculo, encerra-se a vida. Já dei a volta, e enquanto a dava, dei vida a outros.
Jennifer morreu, ainda não tinha vinte anos. Foi levada num caixão branco onde o pai, durante a noite, tinha pintado golfinhos azuis.
Nuno Lobo Antunes nunca a esqueceu e evoca-a num dos mais belos textos deste livro. E nós, quando o lemos, voltamos com o médico a Nova Iorque, aos tempos em que trabalhou como especialista em Neuro-Oncologia Pediátrica. Acompanhamo-lo numa série de quadros poéticos, recordações de sete anos de intensa vida hospitalar, em que a violência das emoções atingia, todos os dias, dimensões de drama. E, se por acaso, entre as sucessivas derrotas, luzia uma pequena vitória, era sempre celebrada a medo – porque a iminência de uma recaída pairava sempre sobre aquelas vidas, quase sempre demasiado curtas.
Sinto Muito devolve-nos um médico (ainda e sempre) em formação, à procura de si mesmo numa cidade desmedida, distante, multicultural, onde aos poucos se dilui. E é a partir dela que nos relata a estranheza de estar lá tão longe a viver, todos os dias, novas despedidas.
Nuno Lobo Antunes nunca a esqueceu e evoca-a num dos mais belos textos deste livro. E nós, quando o lemos, voltamos com o médico a Nova Iorque, aos tempos em que trabalhou como especialista em Neuro-Oncologia Pediátrica. Acompanhamo-lo numa série de quadros poéticos, recordações de sete anos de intensa vida hospitalar, em que a violência das emoções atingia, todos os dias, dimensões de drama. E, se por acaso, entre as sucessivas derrotas, luzia uma pequena vitória, era sempre celebrada a medo – porque a iminência de uma recaída pairava sempre sobre aquelas vidas, quase sempre demasiado curtas.
Sinto Muito devolve-nos um médico (ainda e sempre) em formação, à procura de si mesmo numa cidade desmedida, distante, multicultural, onde aos poucos se dilui. E é a partir dela que nos relata a estranheza de estar lá tão longe a viver, todos os dias, novas despedidas.